terça-feira, 23 de outubro de 2012

Palavras: Invictus


Hoje venho com palavras bonitas... Não minhas, mas sim do poeta inglês William Ernest Henley (1849-1903)!


'Invictus' é um poema vitoriano que foi pela primeira vez publicado em 1875, altura que ainda não tinha nome, apenas continha a dedicatória 'To R. T. H. B.'. O nome foi-lhe dado por um editor aquando a publicação no The Oxford Book of English Verse.

Henley teve uma infância de pobreza e aos 12 anos contraiu tuberculose. O poema reflete exatamente a luta dele contra o seu infortúnio, mantendo sempre a cabeça erguida e assumindo-se dono do seu próprio destino:
"Sou o dono do meu destino:
Sou o capitão da minha alma."

A natureza inspiradora do poema fez com que fosse muitas vezes referenciado, como por exemplo no filme 'Casablanca' e na série 'One Tree Hill', sendo nesta última que o ouvi pela primeira vez.
Mas talvez a referência mais importante seja de Nelson Mandela. Enquanto encarcerado em Robben Island, ele recitava o poema aos outros prisioneiros. Esse facto acabou por ser, de certa forma, 'incorporado' no filme 'Invictus' de 2009 sobre o esforço de Nelson Mandela em unir o seu povo e a grande caminhada da equipa de Rugby Sul Africana até à Final do Campeonato do Mundo de 1995.


Fiquem então com o poema no seu original e mais abaixo uma das traduções.

INVICTUS de William Ernest Henley 
(original, retirado da Wikipédia)

Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll.
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.


INVICTUS 
(Tradução de Luís Eusébio, retirado de Planeta dos Gatos)

Da noite que me cobre,
Negra como um poço de alto abaixo,
Agradeço quaisquer deuses que existam
Pela minha alma inconquistável.

Na garra cruel da circunstância
Eu não recuei nem gritei.
Sob os golpes do acaso
Minha cabeça está sangrenta, mas erecta.

Além deste lugar de fúria e lágrimas
Só o eminente horror matizado,
E contudo a ameaça dos anos
Encontra e encontrar-me-á, sem temor.

Não importa a estreiteza do portão,
Quão cheio de castigos o pergaminho,
Sou o dono do meu destino:
Sou o capitão da minha alma.


Espero que gostem do poema e que sejam sempre INVICTUS!

XOXO
- S.

1 comentário:

  1. Gostei muito do poema.
    "Sou o dono do meu destino:
    Sou o capitão da minha alma.", estas foram as estrofes que gostei mais. :)
    Continua a publicar mais (;

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